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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Quer se diferenciar? Escolha o mais difícil!

Faz muito tempo que escrevi o post anterior. Não queria ficar tanto tempo assim sem escrever, mas infelizmente as demandas diárias acabam muitas vezes nos obrigando a reorganizar alguns planos que fazemos. Desta vez pretendo abordar um tema menos de gestão, mas mais de formação profissional.
Quando falamos em estratégia empresarial, é fácil deduzir que a empresa que vai se destacar de seus concorrentes é aquela que apresentar diferenciais competitivos mais consistentes. Porque você vai comprar um produto qualquer de uma empresa e não de outra? Pelo relacionamento? Preço? Qualidade? Alguma funcionalidade diferente que o produto dela tem? Possivelmente avaliando todas as possibilidades você encontrará alguma oferta que lhe chame mais a atenção do que as outras e isso possivelmente vai acabar lhe levando a comprar aquele produto daquela empresa.
Agora, você já pensou que você (pessoa física) deveria ter uma estratégia de diferenciação também, algo que o diferencie dos concorrentes e lhe permita escolher a oferta de trabalho que quiser? O que pode fazer com que você passe a ser atrativo para os recrutadores como esse produto que tem um diferencial que você escolheria?
Pois bem, essa postagem é sobre isso. Resolvi falar sobre esse assunto porque depois de alguns anos estudando e outros tantos ensinando, tenho visto uma massa de alunos que "fogem" das matérias mais difíceis. Quando não dá, tentam passar, raspando na trave, que seja.
Então você vê nos cursos de gestão uma legião de alunos se interessando e fazendo trabalhos de conclusão sobre temas mais subjetivos e alguns poucos fazendo trabalhos mais "pesados" em temas como finanças e pesquisa operacional*, por exemplo.
Não é a toa que teremos depois no mercado uma leva muito grande de pessoas com currículos e competências mais subjetivas enquanto alguns poucos preenchem as grandes lacunas em cargos que exigem mais raciocínio lógico e quantitativo. Também não é a toa que funções como essas costumam remunerar melhor, pois é uma mão-de-obra mais difícil de se achar hoje em dia. Isso se explica pela lei da oferta e da procura, a regra mais elementar da economia. E então também não é coincidência que as pessoas que conseguem se colocar nessas vagas encontram menos concorrência, afinal, seus vários colegas de faculdade achavam aquelas coisas muito difíceis para dedicar qualquer atenção a ela que não fosse a suficiente para obter aprovação.
Outro dia estava falando a alguns alunos e disse: o fácil todo mundo faz. Vocês precisam é saber fazer o difícil. Lá, a concorrência é menor. Se não forem por esse caminho, difícil será conseguir um diferencial competitivo com tanta gente concorrendo no mesmo nível.
Infelizmente nossa cultura não preconiza adequadamente o desenvolvimento de habilidades intelectuais e uma coisa tão básica como raciocínio lógico, que por sua vez é estimulado principalmente ao trabalhar habilidades de comunicação (leitura e escrita) e matemáticas. É tudo muito difícil. Na rede pública geralmente as crianças já não reprovam mais. Muitos chegam ao final do segundo grau sem saber direito interpretar textos e fazer operações básicas de matemática. Depois vão virar técnicos de enfermagem que não conseguem compreender o que o médico orientou por escrito e dão o remédio errado ao paciente, engenheiros que constroem pontes que caem ou advogados que não sabem redigir uma petição. Nesse cenário caótico, alguém que consiga desenvolver um bom nível de raciocínio lógico já tem um diferencial tremendo frente aos concorrentes.
De qualquer forma, voltando ao centro da questão, o que tenho visto é que geralmente acabo envolvido com atividades acadêmicas que não possuem elevada concorrência em termos de professores dispostos a trabalhar com o assunto, o que significa que sempre tenho trabalho. Mas porque isso acontece? Em parte porque eu gosto do incomum. Incomum no sentido de que poucas pessoas que tem a mesma formação que eu acabam se interessando pelo assunto.
Outro dia ouvi no rádio alguém perguntando ao colega: "se você pudesse hoje enviar para você mesmo no passado uma única mensagem, o que você diria?". É sem sombra de dúvida uma questão complexa. Mas eu creio que eu enviaria a mim mesmo - e estou entregando de bandeja isso a vocês, e espero que levem a sério, principalmente se estiverem no início de suas vidas profissionais - a seguinte mensagem: "Faça o que ninguém mais quer fazer".
Será o melhor jeito de obter um diferencial competitivo. E você, é mais um na multidão ou já encontrou o seu diferencial?

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